Tenho pensado sobre existir,
Que só existo por pensar.
Tudo o resto me faz sucumbir,
Não ao ser, mas ao estar.
E dor a minha por saber
Que por estar não posso ser
O que quero poder ser, mas não sou
Porque só estou.
Se estou presente,
Sou ausente.
Se estou contente,
O corpo mente.
Sou fingimento,
Sou quase tudo.
Sou pensamento,
Coração mudo.
Desperta-se a memória,
Adormece-se o olhar;
Analepsa-se o tempo,
Viajo p’ra voltar
Ao tempo em que eu podia
Ser e não ser,
Ser e não estar.
Ser, todavia, assim
Como a alma se revelar.
Alexandra Terças Alves, 12º ano, ESM