Eis um poema escrito por uma aluna que nos obriga a refletir sobre os relacionamentos sustentados pela posse e pelo controle sobre o outro. Relembro que tudo o que não está ao serviço do Bem e da Vida não é Amor.O que não nos faz crescer, enfraquece e subjuga é pena e tormento. Nascemos para ser felizes. Afastemo-nos de quem nos faz mais mal do que bem. Somos criadores e responsáveis pelo nosso destino. Temos o dever de nos amarmos a nós próprias, abraçando cada fragilidade e cuidando-nos com carinho, para sermos livres.
Nunca te picaste
Contigo era um sofrimento
Quando dizias que tudo iria melhorar,
Pelas costas me voltas a esfaquear
Nunca fui ingênua, mas estava indefesa
Tanto tremia, que nem gritar por ajuda conseguia.
Eu era tão fraca, que caso me levantasse,
Com apenas uma palavra, um gesto, me colocavas no chão
Frio e escuro, vazio e sem alma.
Quando te cansaste de comigo brincar, me largaste
Mas, para ti, tudo isso não era suficiente
E meu coração com espinhos amarraste
Sem dó, muito lentamente
Para ter certeza de que mais ninguém entrasse nele-
E eu com esperança, que enquanto meu coração amarravas
Em um dos espinhos te picasses
Mas isso nunca aconteceu
E até agora me pergunto eu:
- Se me libertaste, porque ainda me dói?
- Como? Por quê? Por que é que nunca te picaste?
Beatriz Vieira 8ºD