
Estudo Revela: Bullying e Ciberbullying Ainda Presentes na Vida Escolar
O Agrupamento de Escolas de Monção desenvolveu, no final do ano letivo 2024/2025, um estudo alargado sobre bullying e ciberbullying, com o objetivo de conhecer melhor a realidade vivida pelos alunos e restantes membros da comunidade escolar.
A iniciativa envolveu a aplicação de questionários a alunos, professores, assistentes operacionais e encarregados de educação, tendo obtido respostas de 78 alunos, 78 professores, 11 assistentes operacionais e 196 encarregados de educação.
Principais Conclusões
Cerca de 34,6% dos alunos afirmaram ter sido vítimas de bullying em algum momento da sua vida escolar, sendo os recreios, corredores e salas de aula os locais mais frequentemente associados a estas situações. As formas mais comuns de agressão identificadas foram os insultos, a exclusão social e as agressões físicas.
Já no que diz respeito ao ciberbullying, 9,2% dos alunos referiram ter sido vítimas, muitas vezes através de insultos em redes sociais ou partilha de imagens embaraçosas. Mais de metade dos alunos vítimas não contou a ninguém, o que evidencia a dificuldade em denunciar este tipo de violência.
Porque não denunciam?
A maioria dos alunos que não denuncia fá-lo por vergonha, medo de represálias ou por acreditar que “nada iria mudar”. Também os professores e assistentes operacionais reconhecem que nem sempre os alunos se sentem à vontade para falar sobre o que vivem ou testemunham.
Segurança e Preocupações
Apesar de 86% dos alunos afirmarem sentir-se seguros na escola, existe ainda 14% que revelam sentimentos de insegurança. Entre os encarregados de educação, surgem também preocupações, especialmente em relação aos anos de escolaridade mais avançados.
O Que Propõe a Comunidade?
As sugestões recolhidas apontam para um caminho claro de prevenção e intervenção. Entre as propostas mais mencionadas destacam-se:
- Campanhas de sensibilização contínuas
- Formação para professores, assistentes e famílias
- Canais anónimos e acessíveis de denúncia
- Apoio psicológico reforçado
- Reforço da vigilância em espaços informais
- Promoção da empatia, respeito e inclusão
Rumo a uma Escola Mais Segura
Este estudo revelou-se uma ferramenta essencial para compreender o fenómeno do bullying no contexto do nosso agrupamento. O envolvimento de toda a comunidade educativa mostrou que há consciência do problema e vontade de agir.
A coordenação do estudo, a cargo de Isabel Temporão (PES) e Rosa Saraiva (SPO), sublinha que “a prevenção e o combate ao bullying exigem uma resposta conjunta, pedagógica e humana. Não basta identificar o problema, é preciso dar-lhe resposta com coragem, empatia e compromisso”.
E Agora?
Com base nas conclusões do estudo, será implementado um Plano de Prevenção e Combate ao Bullying no agrupamento, com medidas concretas e continuadas. Todos os elementos da comunidade escolar — alunos, docentes, técnicos, funcionários e famílias — terão um papel ativo na construção de uma escola mais segura, mais inclusiva e mais justa.
📌 O bullying não é uma brincadeira. É responsabilidade de todos prevenir, agir e apoiar. Vamos construir juntos uma escola onde ninguém tenha medo de ser quem é.
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