No âmbito do Concurso Correntes d'Escrita 2019, os alunos da turma P4B criaram o texto "O sonho do labirinto com portas de duas cores.
Leiam e reflitam!
O sonho do labirinto com portas de duas cores
Um certo rapaz, da nossa idade, que vivia numa aldeia perto de uma floresta quase deserta, acordou muito aflito! Estava assustadíssimo! Mas não conseguia compreender porquê! Apareciam-lhe na memória imagens assustadoras, que à partida, pareciam sem qualquer sentido.
Esse rapaz, com cabelos aos caracóis dourados, era alto e tinha uns olhos redondos e azuis como o mar. Tinha uma pele corada que parecia queimada pelo sol. Era magro e tinha umas mãos bastante calejadas, pareciam de um adulto trabalhador.
Mais tarde, viemos a saber que se chamava Marco! Entretanto conseguiu montar as partes do sonho e…
Ele acordou do seu sonho, em que estava no meio de um labirinto gigante, muito confuso. Para cada lado que se virava, deparava-se com uma porta diferente. Cada porta tinha um tema. A primeira dizia “Poluição Global”. A segunda dizia “Animais em perigo de extinção”. Na terceira estava escrito “Seca extrema”. Na porta seguinte estava escrito “Fome e doença”. Eram muitas as portas, mas eram todas terríveis, do negro mais negro que se consegue imaginar. Lá ao fundo observava-se uma porta que dizia “Saída”. Mal a viu. Correu desesperadamente por aquele corredor fora e abriu a porta. Mal a abriu apareceu uma última porta que dizia “Morte” e ouvia-se uma voz misteriosa a dizer:
-“Volta para trás ou segue por esta porta. Este espaço intermédio vai desaparecer!”
Ouvia-se um tic…tac…tic…tac... cada vez mais forte. Eram as duas portas a unirem-se. Um grande e arrepiante estrondo se ouviu.
Marco acordou, em sobressalto, aflito!
A primeira ideia que teve foi registar imediatamente os temas que leu nas portas, para não se esquecer! Para isso, pegou numa folha e no lápis que tinha na sua mesinha de cabeceira. Ainda ficou mais intrigado, porque mesmo com os temas escritos e à sua frente, não conseguia compreender o seu significado.
Para pensar melhor, logo após tomar o seu banho e o pequeno almoço, foi ajudar o seu pai nos trabalhos do campo. Ao ar livre conseguia pensar melhor porque o ambiente era a sua maior alegria. Marco trabalhou muito, mas não conseguia deixar de pensar no seu sonho, ou melhor, no seu pesadelo. O pai sentiu o seu cansaço e o seu ar de preocupação e mandou-o sentar. Como o pai sabia que o seu filho se preocupava muito com o ambiente, deu-lhe sementes de árvores autóctones, como o sobreiro e o carvalho, para que as plantasse. Ele tinha aprendido na escola, nas aulas de Estudo do meio, que as árvores autóctones, caraterísticas da sua região, eram as melhores para plantar e para o nosso ambiente. Os eucaliptos, por exemplo, são árvores invasoras que prejudicam os terrenos e foram razão de muitos incêndios que tivemos no nosso país.
Quando a noite chegou, estava tão cansado que adormeceu muito depressa. Ele não queria voltar a ter pesadelos! Mas o pior aconteceu…
Ou não…O pesadelo voltou! Mas com uma diferença! Nessa noite, nesse sonho, as letras das portas estavam cada vez com menos cor, como que a querem desaparecer. As portas estavam lentamente a ficar esverdeadas.
No dia seguinte, acordou bem cedo e mais tranquilo. Os pais chamaram-no para passear. Iam dar um passeio pela floresta.
Já na floresta, estava estampado na cara daquele menino uma enorme tristeza. Mesmo sabendo que a poluição e o corte de árvores prejudicam o planeta, ninguém queria saber! Aquele que em tempos foi um espaço verde, fresco, cheiroso e repleto de ar puro, era agora um descampado seco e árido!
Naquele momento em que olhava tristemente para aquele cenário, estranhamente e sem explicação, sentiu que as palavras que tinha escrito na sua folha estavam outra vez mais fortes, mais claras, legíveis, mais nítidas, mais visíveis. Ficou logo a pensar que iria ter o mesmo pesadelo à noite! E como que por um flash, vieram-lhe à memória aquelas portas e logo percebeu que aqueles temas representavam o mal que os seres humanos estavam a fazer ao planeta terra, o nosso planeta.
Nessa noite, adormeceu muito tarde! A preocupação não o deixou dormir! Mal fechou os olhos, viu-se, novamente, perdido no meio do labirinto com todas as portas bem visíveis e bem negras outra vez!
Mas lá ao fundo, em vez de ter uma porta a dizer “Saída”, tinha um novo caminho ladeado por carvalhos e sobreiros, iguais aos que ele tinha plantado. Essas árvores tinham forma de letras a dizer: Obrigada Marco! Foi assim que ficamos a saber o nome do protagonista da nossa história.
Cada vez que se faziam boas ações para combater cada um dos problemas escritos nas portas, uma porta desaparecia e dava lugar a um novo corredor verde e puro. Aqui, Marco percebeu claramente que a palavra “Morte” se referia à morte do planeta.
Era urgente fazer alguma coisa, não podia ficar de braços cruzados. Decidiu que a partir desse dia, a sua função seria fazer com que todas as portas se tornassem verdes, se transformassem em arbustos. Para isso teríamos que parar de estragar o nosso planeta.
Reuniu com os amigos, reuniu com os professores, que reuniram com outros professores e criou-se um abraço gigante. Ninguém mais se esqueceu que depende de cada um de nós proteger a nossa casa.
Agora é a vez da nossa escola: caros leitores que estão a ler este texto, por favor, ponham a mão na consciência e protejam a nossa Casa, o nosso Planeta.