
Os professores são o pilar da escola, mas muitas vezes enfrentam níveis elevados de stress que passam despercebidos. No nosso Agrupamento, um estudo realizado com 90 docentes revelou sinais claros de desgaste e necessidade de apoio.
O Que Revelam os Dados?
Foi utilizado um questionário de autoavaliação com 15 itens. Destes, seis foram identificados como indicadores de maior vulnerabilidade ao stress (Itens 1, 4, 8, 9, 11 e 13). As médias mais elevadas foram:
- Item 8 – “Dificuldade em conciliar vida profissional e pessoal”: média 4,32
- Item 4 – “Sinto-me frequentemente esgotado(a) com o trabalho”: média 4,21
- Item 9 – “O trabalho interfere negativamente na minha saúde”: média 4,02
Por outro lado, alguns itens mostraram estratégias de coping positivas, como manter uma atitude construtiva (Item 3 – média 4,26) e lidar eficazmente com situações difíceis (Item 7 – média 4,10).
Figura 1 – Perceção de stress nos itens mais críticos
Os resultados refletem uma tendência também observada a nível nacional e internacional. Segundo Gomes et al. (2021), em Portugal, mais de 60% dos docentes manifestam níveis elevados de exaustão emocional. O estudo internacional TALIS (OCDE, 2020) confirma que a profissão docente é uma das mais vulneráveis ao burnout, devido à pressão constante e à carga burocrática.
O Que Podemos Fazer?
A Equipa de Educação para a Saúde propõe as seguintes intervenções:
- Sessões de formação em gestão do stress e mindfulness;
- Apoio psicológico regular na escola;
- Redução de tarefas administrativas;
- Promoção do equilíbrio trabalho-vida pessoal.
Cuidar dos professores é cuidar da escola. Quando os docentes se sentem bem, todos beneficiam: alunos, famílias e comunidade educativa.
Referências
- Gomes, A. R., Faria, S., & Cruz, J. F. A. (2021). Stress ocupacional e burnout em professores. Revista Portuguesa de Pedagogia, 55(2), 75–97.
- OECD (2020). TALIS 2018 Results: Teachers and School Leaders as Valued Professionals (Volume II).
- Klassen, R. M. (2010). Teacher stress: The mediating role of collective efficacy beliefs. Journal of Educational Research, 103(5), 342–350.
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